segunda-feira, 16 de junho de 2014

Personagens Históricos: Imperatriz Consorte Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias


Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, cujo nome completo em italiano era Teresa Cristina Maria Giuseppa Gasparre Baltassarre Melchiore Gennara Rosalia Lucia Francesca d'Assisi Elisabetta Francesca di Padova Donata Bonosa Andrea d'Avelino Rita Liutgarda Geltruda Venancia Taddea Spiridione Rocca Matilde (Nápoles, 14 de março de 1822 - Porto, 28 de dezembro de 1889), foi uma princesa do Reino das Duas Sicílias, do ramo italiano da Casa de Bourbon, e a terceira e última imperatriz-consorte do Brasil, esposa do imperador Dom Pedro II. Foi a mãe da princesa Isabel e D. Leopoldina, princesa imperial do Brasil e princesa do Brasil, respectivamente.

Princesa de Nápoles

Era filha de Francisco de Bourbon-Duas Sicílias, membro do ramo italiano da Casa de Bourbon - à época, príncipe herdeiro do Reino das Duas Sicílias e, mais tarde, rei Francisco I (Francesco Gennaro Guiseppe Saverio Giovanni Battista di Borbone-Due Sicilie) - e de Maria Isabel de Bourbon, Infanta de Espanha (em espanhol: María Isabel de Borbón y Borbón), segunda esposa de Francisco I. 
Como princesa, teve uma educação esmerada: belas artes, música, canto, bordado, francês e religião. Possuía natureza sensível, inteligência apurada e inclinada naturalmente ao culto da arte, tendo sido educada e instruída pelo professor monsenhor Olivieri. 
Estudiosa da cultura clássica, interessou-se especialmente pela arqueologia e as descobertas que estavam sendo realizadas, na sua época, em Pompeia e Herculano. A jovem princesa financiou e conduziu as escavações em Veios, um sítio etrusco, 15 km ao norte de Roma. Esta é a razão pela qual, anos mais tarde, já casada com D. Pedro II, Teresa Cristina ser conhecida como "a imperatriz arqueóloga".
Não sabemos a razão do fato de Teresa Cristina ser levemente claudicante (manca). Pode ser que a causa tenha sido uma queda no sítio arqueológico, ou um problema congênito pré-existente. O certo é que, devido a sua deficiência, ela ocupava a maior parte do tempo com seus estudos, a literatura e as artes, ao contrário de outras princesas, que apreciavam os bailes e as danças. Os biógrafos comentam a sua existência modesta, sem nenhum aparato, no velho Palácio Chiaramonti.

Casamento

Em 1842, assim que D. Pedro II atingiu 18 anos, o influente Pedro de Araújo Lima, ministro do império, enviou à Europa Bento da Silva Lisboa, um alto funcionário da corte, seu subordinado direto, que foi o encarregado de tratar do casamento de Dom Pedro II.
Várias tentativas foram realizadas em busca de uma esposa, tendo sido cogitadas D. Maria, arquiduquesa de Saxe, princesa Alexandra, filha de Luís I da Baviera, infanta Luísa, filha do Duque de Sevilha e prima da rainha de Espanha, na Áustria e até na Rússia, mas não havia muitas princesas a quem fosse permitido morar no Brasil. Além do mais, para os padrões da época, o imperador era considerado "pobre" (o Brasil havia gastado muito dinheiro com a Guerra da Cisplatina e as agitações do Período Regencial), não podendo almejar casamento com uma princesa de primeira linhagem. 
Após uma grande procura e negociações diplomáticas, no dia 20 de maio de 1842 foi assinado em Viena o contrato de casamento entre a princesa Teresa Cristina Maria e D. Pedro II. A noiva era três anos mais velha que o imperador e vinha de um Estado sem grande expressividade. A celebração do matrimônio deu-se por procuração, em Nápoles 30 de maio de 1843. Em 1º de julho do mesmo ano, na capela palatina do Palácio Chiaramonti, sua mão foi entregue ao imperador Dom Pedro II na pessoa do embaixador brasileiro, José Alexandre Carneiro Leão (Visconde de São Salvador de Campos), pelo príncipe de Cila, ministro e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, na qualidade de delegado de Sua Majestade o rei das Duas Sicílias.
Ainda em 1842, Dom Pedro enviou a Nápoles uma frota que deveria trazer a imperatriz. 
Durante a viagem, Teresa Cristina demonstrou suas virtudes, pois além de acompanhar com atenção um doente a bordo, estipulou que, a cada dia, um dos navios da frota destacasse um de seus oficiais para jantar com ela. 
Chegou ao Brasil no dia 3 de setembro de 1843, às 5 horas e 35 minutos, com o céu escuro devido a chuvas e ventos fortes, a bordo da fragata Constituição na Fortaleza de São João (no atual Bairro da Urca - Rio de Janeiro), acompanhada pelo irmão, o príncipe Luís, Conde de Áquila, que se casaria com Januária, irmã do Imperador. 
O desembarque ocorreu em 4 de setembro sendo que a Fragata Constituição foi precedida pela Corveta Euterpe, que anunciou aos brasileiros a chegada da imperatriz. Entraram no porto, logo depois a Corveta Dois de Julho, e mais uma nau e três fragatas napolitanas). 
Há quem afirme que, ao conhecer a esposa, com quem casara por procuração, D. Pedro teria cogitado em pedir a anulação do matrimônio por conta de seus minguados atributos físicos: era baixa, manca e feia. Alguns cronistas relatam que o casamento só teria se consumado um ano depois e que o imperador só não remeteu a esposa de volta à sua terra natal graças à intervenção de D. Mariana Carlota de Verna Magalhães, Condessa de Belmonte e ama do jovem monarca. 

A imperatriz do Brasil

Apesar destes percalços iniciais, o casamento duraria 46 anos. Teresa Cristina era dotada de raro senso de cordialidade. Discreta, caridosa e inteligente, conquistou a estima do marido graças ao interesse comum em assuntos culturais. Na frota que a trouxe ao Brasil fez embarcar artistas, músicos, professores, botânicos e outros estudiosos. Aos poucos, enriqueceria a vida cultural e científica brasileira, mandando vir de sua terra as primeiras preciosidades artísticas recuperadas de Herculano e Pompeia, enviadas por seu irmão, Fernando II. Boa cantora e boa musicista, alegrava o palácio com saraus constantes. 
"Traço comum entre os napolitanos, a voz bonita e educada da imperatriz seria mencionada por um diplomata francês, citado por Afonso de Taunay no livro 'No Brasil de 1840': “Em fevereiro de 1844, um diplomata em trânsito, Jules Itier, visitando a Quinta da Boa Vista, parou, espantado, junto às janelas do Paço. ‘Era uma voz feminina, admiravelmente bem timbrada, que emitia as notas da famosa ária rossiniana Una voce poco fá’. Um bom piano acompanhava a cantora. Quis aplaudir e conteve-se. Porque surgiu, no balcão, a própria imperatriz”.
A imperatriz possuía dotes artísticos que nem todos conheciam e hoje são pouco comentados. Enquanto cuidava de suas filhas em um dos jardins do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, denominado então "Jardim das Princesas", Teresa Cristina demonstrou o seu conhecimento e talento para o mosaico. Utilizou-se de conchas, recolhidas nas praias do Rio de Janeiro, e cacos das peças de serviço de chá da casa imperial que ela utilizou com argamassa para recobrir os bancos, tronos, fontes e paredes do Jardim das Princesas.
Pouco utilizado entre nós, o mosaico é denominado arte musiva (tanto mosaico quanto museu e música vêm do latim musa). Teresa Cristina foi precursora deste tipo de arte, coisa pouco divulgada pelos historiadores e especialistas. Muitos anos depois Antoni Gaudí e Josep Maria Jujol "revolucionaram" o mundo das artes com um trabalho semelhante ao que Teresa Cristina já realizava em São Cristóvão, tendo, no entanto, muito mais reconhecimento do que ela. Atualmente é muito difícil ver esses trabalhos, pois esta área do museu está fechada ao público devido a atos de vandalismo perpetrados por visitantes que recolhiam pedaços, lascas e até cacos inteiros como lembrancinhas do passeio a Quinta da Boa-Vista. Existe publicação avulsa de 1997 realizada pela arqueóloga Maria Beltrão, do Museu Nacional, a este respeito, citada por inúmeros domínios na internet.
Pedro II foi um marido cordial, embora tenha sido infiel em várias ocasiões, especialmente por conta de seu longo romance com Luísa Margarida de Portugal e Barros, Condessa de Barral e Pedra Branca. 
Apesar das aventuras extra-conjugais - bastante comuns no meio aristocrático da época, onde os casamentos eram tratados como assunto de Estado - o casal imperial viveu sempre em harmonia doméstica, a qual ficava mais patente quando estavam no Palácio de Petrópolis, construído entre os anos de 1845 e 1862.
Em sua residência de verão, os soberanos podiam dar-se ao luxo de levar uma existência prosaica, onde o protocolo estava suspenso e o cotidiano era virtualmente idêntico ao das grandes famílias de fazendeiros da época: acordavam cedo, almoçavam às dez horas e jantavam às dezesseis. Banhavam-se, cada um na própria alcova, às dezessete horas, e ceavam entre as dezenove e as vinte. 
A imperatriz cuidava ela mesma de parte dos jardins, especialmente as roseiras e, algumas vezes, cozinhava. Teresa Cristina era napolitana e, em assim sendo, acredita-se que tenha sido ela a responsável pela introdução das massas no cardápio da família imperial. Muito provavelmente, o primeiro prato de macarrão comido em terras brasileiras tenha sido preparado pela própria imperatriz. 
Em 1864 um evento demonstra a relativa "liberalidade" do casal. O imperador havia tratado, através de seus ministros, o casamento da princesa Isabel, herdeira do trono, com o duque Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, o segundo filho de Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e da princesa Clementina de Orléans; ao mesmo tempo, o primo deste, Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans e Saxe-Coburgo-Gota (Louis Phillipe Marie Ferdinand Gaston d'Orléans et Saxe-Cobourg et Gotha), conde d'Eu, foi prometido à princesa Leopoldina. 
Quando da chegada dos dois jovens, as princesas perceberam que deveria ocorrer uma troca, pois cada uma delas havia se encantado pelo pretendente da outra, e imediatamente solicitaram aos pais que a troca fosse realizada. Tanto Pedro II quanto Teresa Cristina, favoráveis a que os casamentos fossem motivados não apenas pelas questões dinásticas, mas também pelos afetos - até porque, no seu próprio caso, havia ocorrido um choque inicial - consentiram imediatamente.


Morte da imperatriz deposta

O historiador Max Fleiuss afirma: “Costuma-se dizer que o dia 15 de novembro foi uma revolução incruenta, feita com flores. Houve, porém, pelo menos uma vítima: a imperatriz”.
A historiadora Mary del Priore relata as dificuldades e todo o constrangimento ao qual foi submetida a idosa imperatriz durante o processo de expulsão/banimento: "O traslado foi difícil. Chovia. Riscos de escorregões e afogamento não faltaram. O imperador tinha as pernas fracas, a imperatriz era pesada e coxa. Custaram a ser içados para o deque. Enfim, todos reunidos no tombadilho diminuto do "Parnaíba", alguns, entre eles o imperador, aguardaram o nascer do sol.(...) Às 18 horas, o "Alagoas" ancorava na enseada do Abraão, lado a lado com a canhoneira. O traslado mais uma vez se fez à noite. Praticamente pendurada por cabos, oscilando de uma embarcação para a outra, a imperatriz dava gritos que penalizavam a todos."
Durante toda a viagem marítima que conduziu a família imperial brasileira rumo ao exílio, Teresa Cristina esteve em estado de choque, entorpecida pelo tratamento rude que os republicanos dedicaram à dinastia deposta. Ao embaixador da Áustria presente no embarque, perguntou: "Que fizemos para sermos tratados como criminosos?" 
No desembarque em Portugal retirou-se para um hotel simples, na cidade do Porto, onde sentiu-se mal. Um médico chamado às pressas nada pôde fazer. Suas últimas palavras teriam sido: "Brasil, terra abençoada que nunca mais verei". Era 28 de dezembro de 1889. 
Sobre as exéquias, escreve Mary Del Priore: "De novo Portugal, Porto, igreja da Lapa. Irmãs de caridade velavam o corpo embalsamado de Teresa Cristina numa câmara mortuária tão cheia de flores que mais parecia um jardim. 'O enterro da imperatriz foi um acontecimento. Foi feito com muito respeito e todos mostraram muito sentimento. Dom Pedro Augusto tem uma cara de apetite simpática e bonita. Esta é minha opinião de relance. As irmãs de caridade são da mesma opinião' — escrevia para Paris a cunhada de Eça de Queiroz. A cara bonita era conhecida como a “daquele que vai ser imperador”. Satisfazendo o desejo de D. Pedro, o corpo foi trasladado para Lisboa e enterrado em São Vicente de Fora, panteão dos monarcas portugueses. Estavam presentes, também, os d’Eu, a melhor nobreza de Portugal segurando as alças do caixão, além dos representantes da Áustria e da Alemanha. Saudades da “minha santa”, repetia o monarca. 'Quem diria que ela subiria aos céus para orar por mim e por todos que amou e estimou na terra?', se perguntava acabrunhado. O programa do funeral foi publicado nos jornais."
Tendo sido sepultada, como vimos, no Panteão de São Vicente de Fora, seus restos foram trasladados para o Mausoléu Imperial da Catedral de Petrópolis, após a revogação do ato de banimento, já no século XX, durante a presidência de Getúlio Vargas. 
Os jornais europeus comentaram a morte da imperatriz. Le Figaro escreveu em 29 de dezembro de 1889: “A Europa saudará respeitosamente esta imperatriz morta sem trono, e dir-se-á, falando-se dela: sua morte é o único desgosto que ela causou a seu marido durante quarenta e seis anos de casamento”.

Posteridade

Em sua homenagem foram batizados os municípios brasileiros de:
  • Teresina (Piauí);
  • Teresópolis (Rio de Janeiro);
  • Cristina (Minas Gerais);
  • Imperatriz (Maranhão);
  • Cristinápolis (Sergipe); e
  • Santo Amaro da Imperatriz (Santa Catarina).
Ao doar sua coleção iconográfica para a Biblioteca Nacional do Brasil, D. Pedro II fez uma única exigência: que a coleção ganhasse o nome de sua esposa (Coleção Teresa Cristina Maria). A coleção é hoje tombada pela Unesco como patrimônio mundial.
Dotado de vocação para a poesia, profundamente consternado com a morte da esposa, D. Pedro II escreveu em 1891:

À Imperatriz 
Corda que estala em harpa mal tangida,
Assim te vás, oh doce companheira
Da fortuna e do exílio, verdadeira
Metade de minh'alma entristecida!

De augusto e velho tronco hastea partida
E transplantada em terra brasileira,
Lá te fizeste a sombra hospitaleira
Em que todo infortúnio achou guarida.

Feriu-te a ingratidão, no seu delírio;
Caiste, e eu fico a sós, neste abandono,
Do seu sepulcro vacilante cirio!

Como foste feliz! 
Dorme o seu sono,
Mãe do povo, acabou-se o teu martírio,
Filha de Reis, ganhaste um grande trono!

D. Pedro D'Alcantara

Mais de cem anos após o golpe de Estado que destituiu a família imperial, o Brasil começa a resgatar a imagem não apenas do imperador, mas também de sua real consorte, conforme afirma Eugênia Zerbini:
"Comparado com o que já se escreveu sobre nossas duas outras imperatrizes - Leopoldina e Maria Amélia, esposas de D. Pedro I -, muito pouco se falou sobre Teresa Cristina, embora ela tivesse vivido por quase meio século em terras brasileiras. A lembrança dessa princesa napolitana, de gosto artístico refinado e um meio sorriso “à la Mona Lisa”, merece ser alçada de novo à luz, como aconteceu com os tesouros de Pompeia."
Em 1996, a arqueóloga Maria Beltrão organizou a exposição "Jardim das Princesas e a Arqueologia Histórica" no Salão de Entrada da Exposição do Museu Nacional, UFRJ. No catálogo da exposição, pela primeira vez a academia divulgava e expunha a importância do trabalho da imperatriz Teresa Cristina no campo do mosaico.
Em 1997 organizou-se pelo Museu Imperial uma exposição denominada "Teresa Cristina Maria: a imperatriz silenciosa", a qual itinerou, até 2002, por vários museus importantes, como o Museu Paulista e acabou originando a publicação de um livro e a produção de um filme.
Na quarta edição do evento "Rio Mosaico", de 8 a 31 de outubro de 2008, houve a homenagem à imperatriz, enquanto expoente da arte musiva:"O Grupo Rio Mosaico, nesta 4ª edição, homenageia os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil, através dos trabalhos da imperatriz Teresa Cristina, a precursora da Arte Musiva no Brasil. Seus mosaicos estão no Jardim das Princesas, do Museu Nacional, pouco divulgados no meio artístico cultural."
Entre os dias 1 e 7 de setembro de 2009, comemorando a Semana da Pátria aconteceu em Petrópolis a Semana Italiana. O evento, promovido pela Casa D'Itália Anita Garibaldi, com o apoio da Prefeitura, Câmara Municipal, Universidade Católica de Petrópolis, Museu Imperial e Petrópolis Convention & Visitors Bureau, comemorou os 166 anos da chegada da imperatriz Teresa Cristina ao Rio de Janeiro. Na programação, houve referências à cultura, à música, à dança e à culinária italianas.

Descendência

D. Teresa Cristina foi mãe de:
  • Afonso (1845-1847),
  • Isabel (1846-1921),
  • Leopoldina (1847-1871),
  • Pedro (1848-1850).
Títulos
  • 1825-1831: Sua Alteza Real Princesa Real das Duas-Sícilias, Tereza Cristina
  • 1843-1889: Sua Majestade Imperial, dona Teresa Cristina, Imperatriz Consorte e Defensora Perpétua do Brasil.
  • 1889: Nenhum. Passou a assinar sempre como "dona Teresa Cristina".
Honrarias

Grã-cruz da Ordem do Santo Sepulcro

Grande Dama de Honra e Devoção da Soberana Ordem de Malta

Dignitária da Ordem das Damas Nobres de Espanha

Dignitária de Ordem Real de Santa Isabel

Dignitária da Ordem da Cruz Estrelada

Dignitária da Ordem de Santa Isabel da Baviera

Fonte:

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